TEERÃ - O Irã executou uma mulher condenada pelo assassinato do primo de seu pai quando ela tinha 17 anos, afirmou a imprensa iraniana neste sábado.
Grupos defensores dos direitos humanos criticaram a execução na sexta-feira de Delara Darabi, 23, na cidade de Rasht, norte do país.
"Delara Darabi, pintora acusada de assassinato, foi executada na manhã de sexta-feira na prisão de Rasht sem ter seu advogado e sua família avisados de sua execução", informou o jornal Etemad neste sábado.
A presidência tcheca da União Europeia condenou fortemente a execução de Darabi e pediu que o Irã "evite execuções juvenis".
"Tais violações dos direitos humanos corroem as bases para a compreensão e entendimento mútuo entre o Irã e a União Européia", afirmou a presidência em comunicado.
O Etemad afirmou que Darabi foi mantida presa por cinco anos e que inicialmente confessou o assassinato porque acreditava que seria perdoada uma vez que o crime foi cometido quando era menor de idade.
"A Anistia Internacional está ultrajada com a execução de Delara Darabi, particularmente com a notícia de que seu advogado não foi informado sobre a execução", pontuou a instituição em seu site.
Grupos defensores de direitos humanos criticaram o Irã por sentenciar menores de idade à morte. O Irã afirmou que somente leva a cabo a pena de morte quando o prisioneiro atinge os 18 anos.
O país executou pelo menos 42 jovens criminosos desde 1990, incluindo sete em 2007, segundo grupos que afirmam que a Arábia Saudita e o Iêmen são os outros dois únicos países com tal prática.
Assassinato, estupro, adultério, roubo a mão armada, tráfico de drogas e apostasia são todos passíveis de punição com sentença de morte segundo a lei sharia do Irã.
Grupos de direitos humanos elogiaram o Irã quando este pareceu ter acabado com tais práticas em outubro de 2007. Mas um representante judicial esclareceu posteriormente a posição do Irã afirmando que os criminosos juvenis poderiam ainda enfrentar execução por assassinato, mas não pelos outros crimes capitais.
O Irã regularmente rejeita acusações de violação dos direitos humanos, afirmando que está seguindo a sharia islâmica e acusa governos ocidentais de serem ambíguos.
Fonte: Estadão.
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